Sistema B: um movimento global que visa criar um sistema econômico inclusivo, equitativo e regenerativo para as pessoas e para o planeta.
publicado no site UWP em 19/10/2021
De 9 a 12 de outubro, foi realizado no Brasil o segundo Congresso sobre "Cogovernança", intitulado “A cogovernança como processo de construção de fraternidade na política, a partir das cidades”. Durante o qual conhecemos numerosas experiências de governança participativa para a construção de políticas públicas, vindas de todo o mundo.
Um deles foi o Sistema B Brasil (onde “b” significa benefício), que foi apresentado por Marcel Fukayama, um jovem brasileiro, co-fundador do mesmo e diretor executivo do Sistema B Internacional.
“Trabalhamos por um sistema econômico que seja inclusivo, justo e regenerativo, para todas as pessoas e para nosso planeta”, explicou Marcel.
Qual é o sentido de uma economia que cresce financeiramente – se perguntam os ativistas do Sistema B – mas que por sua própria natureza gera crescentes desigualdades, esgota os recursos naturais de nosso planeta, reforça o individualismo e exclui milhares de pessoas?
Nascido nos Estados Unidos em 2006, alinhado com a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030, o Sistema B reage com uma comunidade de empresas comprometidas com o bem comum e promovendo uma economia que tem um impacto positivo no mundo, nas pessoas, nas sociedades e na Terra, tanto social quanto ambientalmente.
Marcel Fukayama afirma: “Estamos vivendo uma grande mudança na cultura global e histórica, e temos a oportunidade de usar o poder do mercado para resolver problemas sociais e ambientais complexos e para construir uma nova economia.
Assim, um dos objetivos do Sistema B é redefinir o conceito de “sucesso econômico”. No pensamento clássico, sucesso econômico é sinônimo de lucro, prosperidade e riqueza. De acordo com o Sistema B, o lucro não deve mais ser apenas o fim, mas deve se tornar um meio de gerar um impacto ambiental e social positivo. A prosperidade de um negócio deve ser avaliada juntamente com preservação ambiental e benefícios trazidos para a sociedade.
“Redefinir o conceito de sucesso na economia, acrescenta Fukayama, significa que o sucesso pode e deve ser medido além do êxito financeiro, considerando o bem estar das pessoas, da sociedade e do nosso planeta”.
Mas para que mais empresas, pessoas e instituições se comprometam a aumentar seu impacto social e ambiental positivo, de acordo com o Sistema B, existe a necessidade de vincular os setores público e privado, para promover políticas públicas que envolvam pessoas que acreditam na possibilidade desta mudança econômica.![]()
Marcel Fukayama explica que existem várias maneiras pelas quais um governo poderia apoiar as empresas que escolhem o Sistema B, a começar por suas leis.
“Precisamos mudar as leis, as normas, as políticas. Hoje nós temos mais de 50 jurisdições em todo o mundo – EUA, Itália, Canadá, Equador, Peru, Colômbia, Uruguai, Brasil, Argentina e Chile – introduzindo nos seus parlamentos, congressos, a proposta de criação das Benefits Corporations, ou as sociedades de benefícios e interesse coletivo. Nos países que já introduzimos essa lei são mais de 10 mil empresas que adotaram essa nova estrutura legal, fortalecendo a atuação das empresas com propósito, responsabilidade e transparência”.
E que papel desempenham os cidadãos comuns no Sistema B? De acordo com uma pesquisa encomendada pela Google e realizada pela Ipsos em 2020 – explica Fukayama – 54% dos consumidores brasileiros optam por comprar produtos que são social e ambientalmente responsáveis. "Portanto, esta tendência de mudança no consumo está acontecendo. Consumir é um ato político, consumir é uma mensagem que damos ao mundo que queremos ver.
Nós, como consumidores, contribuintes e investidores, podemos promover mudanças no sistema simplesmente a partir de nosso lugar como cidadãos comuns”.
Portanto, cabe a todos nós: a mudança também depende de nossa vontade de participar e comprometer-se, através de nossas escolhas diárias, para construir um mundo melhor e mais justo para todos os seres vivos.
Para saber mais sobre o Sistema B e quais empresas são B, você pode acessar o site do Sistema B Brasil ou do Sistema B Internacional.








