Entrevista à socióloga Vera Araujo
Como os nossos leitores sabem, o Per-corso Edc (Percurso Edc) é uma escola de aprofundamento para empresários e trabalhadores do Polo e da Cidadela/Cidadezinha de Loppiano, aberta também a pessoas interessadas em Edc que vêm de regiões mais ou menos próximas e que acompanham com frequência os encontros desde o seu início, em março de 2012.
No último dia 15 de outubro, realizou-se no Polo Lionello o 5° encontro da escola, com una palestrante inusitada, a socióloga brasileira Vera Araujo, testemunha da primeira hora do projeto e teórica da “cultura do dar”.
Laura Di Francesco a entrevistou para nós.
Vera, que comportamentos são necessários num Polo Edc para se ter a certeza de ser portadores da cultura do dar?
Substancialmente três: antes de tudo o respeito de um para com o outro, aquele respeito que significa que o outro é importante para mim, como eu sou para ele. O respeito resume todos os dons, todos os recursos, todas as qualidades, também todos os defeitos que alguém possa ter em relação com o outro. O segundo é o dom, a cultura do dar, que significa a partilha, portanto, a capacidade de fazer comunhão entre todos os habitantes do Polo que tem como “missão” dar credibilidade à Economia de Comunhão. Credibilidade significa mostrar que existe uma Economia que é Comunhão. Terceiro: fazer das dificuldades uma oportunidade.
Por que justamente hoje está surgindo um interesse em relação aos valores humanos, por que hoje e não antes?
Porque hoje a sociedade construiu uma rede de instituições e de estruturas que, se por um lado são de grande ajuda para o crescimento, por outro podem ser - e de fato assim se tornaram - uma armadilha, uma cobertura de aço que impede os homens de serem plenamente homens, impondo certos ritmos que vão além das possibilidades das pessoas e que dificilmente são sustentáveis. Nasce, então, essa nostalgia de uma humanidade mais humana que significa: com um ritmo diferente, com um olhar diferente, com uma mentalidade diferente. É um processo de humanização que nasce das demandas de uma sociedade estruturada de forma quase desumana.